Sensação de dever cumprido e felicidade em ajudar o próximo. Estes são alguns sentimentos que incentivam muitas pessoas a serem doadoras de sangue. Essencial para os pacientes que precisam de sangue, os doadores são homenageados mundialmente neste dia 14 de junho,Dia Mundial do Doador de Sangue. No Serviço de Hemoterapia do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, diariamente, 60 doadores são necessários para garantir diversos procedimentos de alta complexidade, como cirurgias, transplantes e no tratamento de pacientes oncohematológico.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), somente 2% da população brasileira possui o hábito de doar sangue. A assistente social, responsável pela captação doadores, Larissa Schons, explica que o sangue não pode ser produzido em laboratório e nem comprado, dessa maneira, a doação totalmente voluntária é necessária para a obtenção dos hemocomponentes. “Nós vimos o doador de sangue como uma flor em nosso jardim, sendo fundamental sua existência e gesto de solidariedade para dar continuidade no tratamento de muitos pacientes. Uma única doação de sangue pode salvar inúmeras vidas”.

A doação de sangue não provoca risco ou prejuízo algum à saúde. Segundo Larissa o sangue é reposto em 24 horas pelo organismo e todos os equipamentos utilizados são individuais. “Na Hemoterapia nós realizamos diversas campanhas e ações durante o ano para incentivar a doação, visando fidelizar doadores e chamar novos. Ao contrário do que dizem muitos mitos a doação não traz riscos a saúde. Faz bem, pois é um gesto de amor e solidariedade”, salienta.

Neste ano, com o objetivo de conscientizar os países sobre a importância da doação a OMS trouxe uma campanha com o foco da doação de sangue às gestantes. Apoiada pelo Serviço de Hemoterapia do HSVP, a campanha também é aprovada pela Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH). Com o tema “Doe sangue a quem gera vida”, a iniciativa reitera a importância das ações direcionadas à conscientização quanto a um dos grupos que mais demandam sangue: o de mulheres que durante o parto ou após dar à luz apresentam hemorragia grave e necessitam de sangue e hemocomponentes.

Uma corrente pela vida
“Um sentimento de dever cumprido, uma satisfação pessoal. Fico feliz em saber que farei parte da recuperação de uma pessoa enferma, ou até mesmo ajudar a salvar uma vida”, ressalta Roberto Cassiano Teixeira, de Passo Fundo, que com este espírito é doador há mais de cinco anos. O voluntário conta que percebeu a real importância da doação quando sua filha, Milena, precisou de sangue para um tratamento. “Eu já doava, mas agora passei também a incentivar e apoiar a campanha da doação de sangue. Doar é um gesto de total desprendimento e solidariedade, fundamental para que pessoas tenham a oportunidade de se recuperar em seus momentos de maior dificuldade, trazendo benefícios também para quem doa, criando uma corrente de solidariedade”.

Assim como Roberto, Marisa Miranda Vieira, 48 anos, viu o valor de ser doadora, quando seu esposo precisou das bolsas de sangue. “Eu nunca tinha feito a doação, mas a partir do momento em que alguém da minha família precisou eu vim doar. Hoje, eu percebo que não devemos esperar que alguém da nossa família precise, devemos doar pensando no próximo, em outras famílias. Um doador faz a diferença, salva vidas”, reforça.

A gratidão de quem recebe
Para os pacientes que recebem o sangue, os doadores são muito importantes e especiais. Guilherme Dickel, 10 anos, de Não-Me-Toque, já sabe do valor que os doadores têm para o seu tratamento contra leucemia. “É muito importante para mim que as pessoas doem sangue, eu fico muito feliz em saber que as pessoas estão me ajudando”. A família de Guilherme traz doadores para o serviço e incentiva outras pessoas a doarem. “Os doadores são fundamentais para o tratamento e a vida dele. Nós somos muito gratos à todos os doadores, sem eles meu filho não receberia o sangue e não poderia se recuperar”, enfatiza Cristiane Grahl, mãe de Guilherme.